quinta-feira, 1 de setembro de 2011

PROPOSTAS DE PROJETOS - REFLEXÃO

 
 Segundo Valente (1999), O construcionismo “Significa a construção de conhecimento baseada na realização concreta de uma ação que produz um produto palpável (um artigo, um projeto, um objeto) de interesse pessoal de quem produz” (p. 141).

 Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir, levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento, Portanto o papel do professor deixa de ser aquele que transmite informações – tem como centro a atuação do professor – para criar situações de aprendizagem cujo foco incida sobre as relações que se estabelecem nesse processo, cabendo ao professor realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo a partir das relações criadas nessas situações. A esse respeito Valente (2000) acrescenta: “(...) no desenvolvimento do projeto o professor pode trabalhar com os {os alunos} diferentes tipos de conhecimentos que estão representados em três construções: procedimentos e estratégias de resolução de problemas, conceitos disciplinares e estratégias e conceitos sobre aprender “(p. 4).

  No entanto, para fazer a mediação pedagógica, é preciso que o professor acompanhe o processo de aprendizagem do aluno, ou seja, entender seu caminho, seu universo cognitivo e afetivo, bem como sua cultura, história e contexto de vida. Além disso, é fundamental que o professor tenha clareza da sua intencionalidade pedagógica para saber intervir no processo de aprendizagem do aluno, garantindo que os conceitos utilizados, intuitivamente ou não sejam compreendidos, sistematizados e formalizados pelo aluno, como também propiciar o estabelecimento de relações interpessoais entre os alunos e respectivas dinâmicas sociais, valores e crenças próprios do contexto em que vivem. Portanto para trabalhar com projetos o professor não pode esquecer três aspectos fundamentais: Possibilidades de desenvolvimento do aluno, as dinâmicas sociais do contexto em que atua e as possibilidades de sua mediação pedagógica. Uma vez que, trabalhar com projetos requer mudanças na concepção de ensino e aprendizagem e conseqüentemente na postura do educador. 

Uma realidade com a qual o professor depara atualmente é caracterizada pela chegada de novas tecnologias, na escola que apontam novos desafios para a comunidade escolar. O que fazer diante desse novo cenário?  É necessário “ter coragem de romper com as limitações do cotidiano, muitas vezes auto-impostas” (Almeida e Fonseca Júnior, 2000, p 22) e “delinear um percurso possível que pode levar a outros, não imaginados à priori” (Freire e Prado, 1999, p.113). Mas, para isso é fundamental repensar as potencialidades de aprendizagens dos alunos para investigação de problemáticas que possam ser significativas para eles e repensar o papel do professor nessa perspectiva pedagógica, integrando as diferentes mídias e outros recursos existentes no contexto da escola.
                A pedagogia de projetos deve permitir que o aluno aprenda-fazendo e reconheça a própria autoria naquilo que produz por meio de questões de investigação que lhe impulsionam a contextualizar conceitos já conhecidos
                Do ponto de vista de aprendizagem no trabalho com projeto, Prado (2001) destaca a possibilidade de o aluno recontextualizar aquilo que aprendeu, bem como estabelecer relações significativas entre conhecimentos. Nesse processo, o aluno pode ressignificar os conceitos e as estratégias utilizados na solução do problema de investigação que originou o projeto e, com isso, ampliar seu universo de aprendizagem.
                Paulo Freire - O mentor da educação para a consciência. Defendia a criação e produção do conhecimento em conjunto de forma afetiva e democrática, criticava a idéia de que ensinar é transmitir conhecimento, ao contrário defendia a criação e produção do conhecimento em conjunto de forma afetiva e democrática. Para Freire o maior objetivo é conscientizar o aluno, levá-lo a entender as situações de opressão. Ele assumiu um pensamento pedagógico assumidamente político. O método Paulo Freire pretende habilitar o aluno a ler o mundo, ou seja, aprender a ler a realidade e em seguida transformá-la. Na teoria proposta por Freire há três momentos claros de aprendizagem: Primeiro o professor se inteira do que o aluno conhece com o objetivo de trazer a cultura do educando para sala de aula. No segundo momento é o de explorar as questões relativas ao tema em discussão, permitindo que o aluno passe do “conhecimento” baseado no senso comum para uma visão crítica da realidade.  Por último volta-se do abstrato para o concreto na chamada etapa de problematização, ou seja, em outras palavras, para Freire esse procedimento serve ao objetivo final do ensino, que é a conscientização do aluno. No conjunto de pensamento de Paulo freire encontra-se a idéia de que tudo está em permanente transformação e interação. Esse ponto de vista implica a concepção do ser humano como “histórico e inacabado” e conseqüentemente sempre pronto a aprender. No caso dos professores, isso se reflete na necessidade de formação rigorosa e permanente.

Papert foi um dos pioneiros na história da informática na Educação, preocupado com a relação entre o homem e a tecnologia e com a natureza da aprendizagem. Criou a linguagem de Programação Logo na década de 60 com foco educacional, ou seja, para ser utilizada por educadores no processo de aprendizagem das crianças.
Este pesquisador conseguiu ressignificar os princípios psicológicos e pedagógicos, tais como o aprender - fazendo, a aprendizagem significativa e reflexiva, a afetividade e a interação integrando-os no contexto computacional.
Assim, do ponto de vista histórico, o construcionismo apresenta-se pautado nos princípios psicológicos, pedagógicos e computacionais. Esta abordagem foi fundamental para orientar as ações de mediação do professor interagindo com os alunos programando a Linguagem de Programação Logo.

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